“A Pascoa, uma festa cada dia….” (Dos Sermões de Sto. Agostinho no tempo pascal)

Vocês têm sempre que ter em mente, irmãos, que Cristo foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, especialmente nestes dias em que, alertados pela graça tão grande, a celebração anual não nos pode fazer esquecer este evento único. Iluminada pela fé, fortalecidos pela esperança e inflamado pela caridade, vamos testemunhar solenemente diante das realidades temporais e vamos suspirar pelas eternas, incessantemente? Porque, se Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, – como dizem, então, que Deus não nos deu tudo nele? Cristo sofreu a paixão para nós poder morrer ao pecado; Cristo, ressuscitou: então vivamos para Deus. Cristo passou deste mundo para o Pai: não aderem aqui na terra o vosso coração, em vez segui-lo para o céu; nossa Cabeça foi pendurado da árvore: vamos crucificar a concupiscência da carne; Ele estava deitado no túmulo, sepultados com Ele, devemos esquecer o passado; Ele está agora sentado no céu, nós temos que transferir os nossos desejos às realidades sublimes; Ele vem como juiz, não temos que carregar o mesmo jugo que os incrédulos; Ele também deve reviver os corpos dos mortos, vamos merecer a transformação do nosso corpo transformando a nossa mente; vão ir os maus para sua esquerda e para a direita os bons, vamos escolher o nosso lugar com os bons pelas obras; o seu reino não terá fim: não devemos temer o final desta vida. Todo o ensino a respeito de nossa paz é sobre Ele e pelas suas feridas nós somos sanados.

Por isso, amados, vamos celebrar cada dia da Páscoa e meditar assiduamente todas estas coisas. A importância que atribuímos a estes dias não deve ser tal que nos levará a negligenciar, senão a lembrança da paixão e ressurreição do Senhor, quando todos os dias sejamos nutridos com seu corpo e sangue; No entanto, nestas festividades a lembrança de Cristo é mais brilhante, mais intensa, e a renovação, mais alegre, porque a cada ano nos traz, diante dos olhos, a memória desses eventos. Celebrem, portanto, esta festa como uma transição e pensem que o reino futuro deve permanecer para sempre. Se nós, cheios de alegria nestes dias passageiros, nos lembramos com devoção da solene paixão e ressurreição de Cristo, – quão feliz nos fará o dia eterno quando vamos vê-lo e permanecer com Ele? Dia cujo desejo somente gera uma grande expectativa e nos dá alegria!

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